João Victor Costa (I) “Hinos Políticos e a história do hino da RAM”

Os hinos políticos são cantos de celebração, que servem de símbolo solene de um povo. São vários os hinos políticos internacionais famosos, que instantaneamente remetem o nosso imaginário para um determinado povo. Exemplos disso são o hino inglês “God Save the King (ou Queen)”; o alemão “Deutschland über alles (ou Hino do Imperador)”, composto por J. Haydn; e a “Marselhesa”, o bem conhecido hino francês.

O actual hino português, “A Portuguesa”, foi composto em 1891 por Alfredo Keil (1850-1907), tendo sido uma das muitas reacções culturais ao ultimato inglês do ano anterior. Apesar de Keil ser monárquico convicto, o hino foi adoptado pelos republicanos e acabou mesmo por ser proibido durante cerca de 20 anos (entre 1891 e 1910). Ironia do destino, o hino composto pelo músico monárquico foi aprovado em 1911 pela Assembleia Constituinte da República, para ser o hino nacional português.

Ainda antes da composição de “A Portuguesa”, sabe-se da existência de dois outros hinos de Portugal: (1) o Hino da Carta ou Hino da Constituição, que foi escrito para celebrar o feito de D. Pedro IV, o outorgador da Carta Constitucional de 1826, e que até ao advento da República foi considerado o Hino Nacional (conhecido como Hino da Monarquia); (2) antes do Hino da Carta, o hino português era o final de uma cantata de Marcos Portugal (1762-1830),“La speranza, ossia l’anguro felice”, composto para celebrar o aniversário de D. João VI.

Na Madeira, o primeiro hino da região aprovado pela Assembleia Regional foi composto pelo músico madeirense João Victor Costa. Nascido em 1939, no Estreito de Câmara de Lobos, Victor Costa demonstrou desde cedo interesse pela música, tendo-se dedicado ao estudo deste domínio no Seminário Diocesano e, posteriormente, na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, onde concluiu o curso superior de Canto.

Após a conclusão dos estudos superiores na Madeira, o músico seguiu para Munique, onde estudou durante 3 anos na Escola Superior de Música desta cidade alemã, com o auxílio de uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian.

Seguiu-se então um longo período de actuações como cantor – durante as décadas de 60, 70 e 80 –, na Alemanha, Checoslováquia, Áustria, Israel, Itália, Holanda, entre outros, tendo o músico madeirense realizado vários contratos efectivos em teatros. Por exemplo, no Teatro Estatal da Ópera de Augsburgo, Victor Costa assumiu o lugar de tenor principal do repertório italiano e actuou em outros teatros como artista convidado, tendo inclusivamente cantado no famoso Teatro alla Scalla de Milão.

Durante este período em que o músico se dedicou principalmente ao canto, Victor Costa representou papéis em algumas das óperas mais importantes do circuito internacional, tais como “Il trovatore” de Verdi, “La Bohème”, “Manon Lescaut” e “Il Tabarro” de Puccini, “Os Palhaços”, de Mascagni, entre outras. Após este período de intensa actividade como cantor, em que residiu na Alemanha, Victor Costa voltou à Madeira, onde foi convidado para compor o hino da Madeira, um dos principais símbolos da Região Autónoma, juntamente com a bandeira, o escudo e o selo (continua).

Comentários

Anónimo disse…
Dr. Paulo Esteireiro - uma perguntinha - o autor da letra do hino da Madeira não merece igual referência porquê?
Anónimo disse…
o autor do hino da madeira é um ser ignóbil deveria ser apagado da memória dos madeirenses pois era um homem que a troco de ajuda ás alunas mais carenciadas pedia favores sexuais a alunas que eram mais novas que os seus filhos é um autentico porco pois aproveitava-se de situações de carencia das alunas para as suas actividades imorais desejo-lhe uma morte lenta e dolorosa