Os New Order são o grupo independente britânico que mais se destacou ao longo das décadas de 80 e 90 e são os herdeiros do grupo de culto “Joy Division”, liderado pelo carismático vocalista Ian Curtis, que se suicidou em Maio de 1980 (três dos elementos dos Joy Division deram origem aos New Order). A grande riqueza dos “Joy Division” infelizmente desapareceu nos “New Order”, creio. A força, a loucura e a enorme expressividade poética de Ian Curtis perdeu-se no grupo que lhe sucedeu. Os New Order parecem nitidamente um grupo fora de época. Os anos passaram e o grupo pouco evoluiu. A parte do sintetizador, embora agradável melodicamente, é trivial, o baixo constantemente “batido” não é melhor, a guitarra é melódica, mas de uma simplicidade quase infantil, e a voz tem um cariz demasiado doce, faltando-lhe força de expressão.
No plano formal e dos contrastes musicais, que poderia ajudar a suplantar as limitações apresentadas, também não se encontram soluções que atraiam, sendo todas bastante tradicionais e pouco imaginativas: secções instrumentais vs secções cantadas; e reforço de vozes no refrão com um aumento da métrica musical. Infelizmente, até estes contrastes são pouco fantasiosos, sendo muito aborrecido ouvir o disco do início ao fim. O “NO” de New Order na capa, parece querer dizer subliminarmente “NO COMPRE”.
New Order, “Waitinh for the Sirens’ call”, 56’53’’, Warner Music
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